domingo, 27 de fevereiro de 2011

HOT DOG LATINO

Minha “muié” me disse outro dia dum fato ocorrido nos idos de mil novecentos e bolinha: Roberto Carlos teria dito que “Goiânia é uma roça asfaltada”. Segundo boatos, o rei disse isso pois teria sido surpreendido por eqüinos no centro da nossa capital. Desse possível comentário infeliz, me lembrei dos brilhantes versos de Juraildes da Cruz no hino Nóis é Jeca Mais É Jóia: “Andam dizendo que nois é butina/ que nossa onda é andar a cavalo”...
Deixando o boato de lado, vamos ao fato. Juraildes é um gênio. Pela via da ironia, responde aos que “andam falando que nosso rock é dançar catira”. Em 2008, eu e meu parceiro Fernando Simplista, tivemos o privilégio de dividir o palco com esse mestre, no Goiânia Canto de Ouro, grande evento que possibilita o encontro musical de vários “frutos da terra”. Eu, “frito da terra”, fico feliz ao ver que o cancioneiro produzido em Goiás vai além do som dos filhos de Francisco que mexe com a minha cabeça e me deixa assim. É o amor!
E não é de ver que Juraildes, no ano que foi, foi ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde estava Zezé e outros nomes do quilate de Caetano Veloso (só os que “late”!), por ter sido indicado ao 21º Prêmio de Música Brasileira? A surpresa do mestre Jura foi ser contemplado como melhor cantor na categoria “voto popular”. Ao receber o prêmio das mãos do violonista ins-pirado Yamandu Costa, disse com seu jeito de matuto astuto: “Jabuti não sobe em pau, ou foi enchente ou mão de gente”. Os dedos dos internautas o colocaram lá e você pode assistir no site dele (http://www.juraildesdacruz.com.br/). “Tiro bicho de pé com canivete, mas já tô na internet...”
Com impressão digital no som de seu violão e letras espirituosas, Juraildes usa de ritmos tradicionais para falar de temas atuais. Mais que um folclorista, um criador. A grandeza do artista está na sua singularidade. Esse compositor de Aurora do Tocantins, que mora em Goiânia há anos, em 2000, foi classificado no projeto "Rumos Musicais" do Banco Itaú, para representar o Centro-Oeste.
Falando nisso, essa semana estarei em São Paulo, com minha banda (O Sindicato), para gravarmos nesse mesmo projeto Rumos, que mapeia o que acontece no rico caldeirão cultural brasileiro. Foi uma inesperada surpresa saber que, entre os jurados, estava o excelentíssimo senhor Jards Macalé! Só de saber que ele ouviu uma parte de "parte de nós", já afinei no coro dos descontentes! Logo eu, um simples “hot dog latino” (expressão tirada de uma das pérolas musicais de Juraildes), que só "queria pão, mussarela e presunto" (tirada de uma das minhas humildes pedrinhas de granizo)... estarei lá, levando um pouco daqui... reafirmando que: “nóis é jeca, mais é jóia”.


(publicado no jornal Diário da Manhã)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"a passeio" por uberlândia e... Enzo e O Sindicato!

saca o vídeo,

feito pelo pessoal do GOMA TV,

cobrindo a Noite Fora do Eixo

no dia 27 de janeiro

com nóis do @diegoesindicato ("a caminho"...),

no Vinil Cultura Bar (Uberlândia)...

show "show" que contou com a participação mais que especial

do brother ENZO BANZO,

ó:



domingo, 20 de fevereiro de 2011

O fradinho Henfil


O Fradim da patota do Pasquim.

Torcendo por melhorias pro mestre Millôr, me lembro de quando caíram em minhas mãos os quadrinhos do endiabrado católico Henfil – porta de entrada que me despertaria para o humor político brasileiro. Foi naquela mesma escola de freiras em que entrei em contato com alguns materiais “subversivos” (da melhor qualidade) como as crônicas do Stanislaw. Escola São Francisco de Assis, em Senador Canedo. Talvez ali estava a semente que me levaria ao rock, ou a espírito questionador da (contra)cultura, ao esforço contínuo de estar em permanente movimentação criativa. Talvez ali estava rascunhado meu espaço aqui nesta coluna. Talvez ali estava o empurrão pra produzir meus garranchos em forma de canção. Talvez ali já estava anunciado este diplominha na parede, em História. Talvez ali. Mas não pense em determinismo escolar – meus colegas de sala trilharam outros caminhos. Só sublinho o trieiro aberto, que está ligado à outras vias: da morte de papai ao meu estudo biblíco sistemático, na adolescência, em busca de respostas. Mamãe fazia salgados pra lá, então isso me permitia freqüentar aquele espaço, tão importante pra minha formação e, mais importante: fundamental enquanto estímulo para o que eu seria depois. Esse depois que ainda não chegou, pois, assim como o Raulzito, “eu só gostei do quadro que eu não pintei!”

Eu pintava o sete. Talento pra gandula, editava o jornalzinho, fazia um gibizinho em que os personagens eram meus coleguinhas mais as professoras e desenhava os cartazes da festa junina, além de estudar. Durante o recreio, quando eu não estava na minha função de “gandula” e nem observando as meninas com minha mente onanista (só observando pois, na época, eu tinha sido eleito “o cara mais feio da escola” – ou seja, eu ainda não era esse “galã” do rock nacional - hehehe), estava na função de “rato de biblioteca”.

No auge dos meus 12 anos, eu, freqüentador da biblioteca, (me lembro) quando chegou um grande estoque de livros antigos (doados – até hoje sou curioso para saber qual foi a alma que deixou sua herança bibliográfica para aquela escola!). No meio de tantas enciclopédias e livros clássicos, tinham vários exemplares encadernados do Fradim (a coisa mais “subversiva” que já vi na vida!). Uma vez relatei pro Otto Guerra (diretor da animação Wood & Stock) esse fato: “conheci o Fradim numa escola franciscana”. Ele cagou de rir. Um fato inusitado pra quem tem consciência do significado do Henfil na cultura brasileira. Depois daquele Fradim encadernado, eu nunca mais fui o mesmo, pois marcou minha forma de ver o mundo. Até hoje, procuro e coleciono tudo que posso sobre Henfil.

Henfil, com seu traço único, símbolo da luta contra a ditadura. Henfil, que não se considerava um artista, mas, sim, um “jornalista do traço”. Henfil, réu na questão das “patrulhas ideológicas” naquele momento de polarização ideológica, crucial na história do capitalismo brasileiro. Henfil, o hemofílico afirmador da vida, que sangrava as contradições do país em suas charges. Henfil, o gênio que, através de “inofensivas” cartas pra sua mãe, dava recados e tomava notas sobre o que o ocorria no país do futebol. Henfil, que defendia um humor enquanto arma política: “não só pra fazer rir, mas pra fazer pensar”. Henfil, que dizia, através do personagem Baixim: “Top Top Top!”, expressão que seria usada numa canção dos Mutantes. Henfil, que enterrou Elis Regina no “cemitério dos mortos vivos” e, depois, se tornaria uma espécie de guru pra ela, que veria nele um caso raro de sinceridade. Tanto que, posteriormente, a equilibrista Elis cantaria o sonho da “volta do irmão do Henfil”, registrado na canção de Bosco e Blanc. O exilado passava a ter cara: “era o sociólogo mineiro Betinho, filho da dona Maria, irmão do Henfil”. Recomendo o emocionante documentário

Três Irmãos de Sangue. Esse filme evidencia que o humor, além de uma arma política, também é uma questão de sobrevivência. Enfim, Henfil, o fradrinho que encarnava o bem e o mal dos seus personagens (a resignação católica do Cumprido e o sarcasmo escatológico do Baixim) e sabia que...


Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente”.



(publicado no jornal Diário da Manhã)


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

conversa de botequim com Waldi & Redson

recado para os queridos amigos de uberlândia:

o que é o ?
@ responde nesse link: http://is.gs/9zc ! ;)


a viagem do waldi à uberlândia
- para reencontrar seu parceiro, redson -
de quebra
também tem o sentido de continuar as gravações,
coordenadas pelo grande @elmoita (guitarrista
dos incríveis: porcas borboletas).

dessa vez,
será a vez
do trampo, no estúdio, do baixista joão dinheiro
e do baterista barrabás
- comparsas da dupla,
que prepara sua "trêta timbrêra".

cenas dos próximos capítulos
dessa novela, nesse canal: http://twitter.com/waldieredson


Waldi gravando nos idos de dezembro de 2010

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

um "índio" do Canedo na Índia!

Surpresa do dia:

Chego em casa
e encontro num site de música da Índia...







sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Rumo à Cuiabá: aniversário da CASA FORA DO EIXO!

pé na estrada,
eu
mais alguns companheiros do Pó de Ser,
rumo à minha querida terrinha natal: Cuiabá!
pra quê?
pra jogar confetes na festança de aniversário
da CASA FORA DO EIXO!
lindo motivo de comemoração!

legal receber o convite pra cantar "happy birthday" lá com eles,
num show que promete ser um misto de
re-invenção-experimento-laboratório-aventura,
em que farei uma "suruba musical" junto com alguns convidados!
jam? Já! Jah!

a intenção é não perder o tesão!

fiquei sabendo que a decoração da casa tá ficando bonitona, viu?
saca o flyer:
o som sindicalista não pôde assinar a ata, dessa vez,
mas, vou lá representando essa "parte de nós", pois
como canto (e defendo) sempre: "o show não pode parar"...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

uns sons nota 10 de 2010...

O Higor,
me convidou pra sua enquete
sobre "os melhores discos de 2010".

Enviei um texto, com
algumas impressões
sobre o que ouvi
no ano que foi,
publicado no dia 27 de janeiro.

Segue o link aí:





"bonita a palavra 'perseguir' " (pretobrás)



















"preste atenção nas coisas que não chamam atenção" (mafaro)

















“lauro roberto é genial” (márcio jr.)





















"puro por acaso e nada mais" (luiz tatit).























"sempre tem gente pra chamar de nós
sejam milhares, centenas ou dois" (tatit/jeneci).























Eu, Lanny Gordin e Ksnirbaks
no Carnaval-2010, em Piri:

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CUIDADO - pó de ser

Dia desses o Fernando Cipó (baixista do Pó de Ser) postou aí um vídeo nosso,
montado por Clever Cardoso (Granada Filmes) :

dá pra sacar um pouco do "CUIDADO" que temos com a música: composição e arranjo.
Depois escute, com cuidado e sem moderação, esta canção aqui: www.myspace.com/podeser -CUIDADO!!!
Cuidado este que nos rendeu estar com a nossa De Repente, lançada na coletânea Radio Grafia, na lista de melhores músicas de 2010 do blog Goiânia Rock News .
Cuidado da família Pó de Ser,
que será bem representado pelo "design de canções" Kleuber Garcêz
no elenco do Goiânia Canto de Ouro desta semana (dias 4,5 e 6).
Quem puder ir... VÁ!

"NÃO FUJA DA RAIA,
CAIA DE CABEÇA, CORPO, CORAÇÃO!"


Depois eu volto nesse assunto do "cuidado", com cuidado...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

AMIGO's (Gloom & Sindicato) no Ibirapuera

versão de AMIGO
abençoada por "Jah"!


vídeo postado por Clever Cardoso